Blog destinado apenas para a postagem de capítulos do meu livro, que ainda não tem nome.
Arquivo do blog
Sobre a autora

- Lívia Nunes
- Geminiana, gosto pelo o inalcançável e atraída pelas estrelas. Autora de textos utópicos e, quem sabe, auto-depreciativos nas horas vagas. Futura psicóloga e amante de gatos.
Tecnologia do Blogger.
Eai pessoal, prontos para mais um capítulo da estória de Claire Blanc?
Chega de falar e vamos ao que interessa! Boa leitura =}
Capítulo
2, Confusão repetitiva.
“E quando isso acontece você simplesmente não pode
fugir. Ou negar”.
-—Vai Fellcats, vai!
A quadra
inteira gritava enquanto os Fellcats se apresentavam no campo da escola nos
intervalos do jogo de futebol americano da County High School, os CHS.
Dois dias
haviam se passado desde a última – e primeira – vez que eu havia ouvido a
voz... Podia até parecer idiotice, mas eu queria ouvir aquela voz de novo. Para
ser sincera eu precisava daquela voz.
Espanto esse
pensamento idiota de minha cabeça. Como se eu estivesse me apaixonando por uma
voz, que ainda por cima, foi criada pela minha própria cabeça!
Eu via o que
tinha acontecido comigo no corredor da escola como uma alucinação da minha
cabeça.
Como se eu já
não estivesse cheia de alucinações.
Afinal, eu já
tinha visto – ou achado que havia visto – o fantasma do meu pai depois de uma
semana que ele havia morrido.
Nesse momento
estou sendo arremessada para o alto e dou um mortal caindo nos braços de Austin
e Steven, outros integrantes da Fellcats.
Jen dava sua
melhor pirueta, em seguida, subindo na pirâmide de pessoas que se formavam no
centro da quadra.
Saltitei até
o meio da quadra e começo a subir na pirâmide, logo ficando ao topo e dando um
de meus sorrisos mais convincentes.
A música para
e a arquibancada aplaude e grita FELLCATS!
Enquanto eu
olhava para a arquibancada sorrindo, no topo da pirâmide, pela visão periférica
vejo Steven debaixo olhar para a minha minissaia vermelha e branca, das
animadoras de torcida Fellcats de nossa escola.
Sentia pena
dele.
Desde a
oitava série, ele vem me rodeando. Na verdade, ele só entrou para os Fellcats
depois que me tornei líder de torcida no primeiro ano do ensino médio. Como uma
das juradas que estavam selecionando os novos integrantes dos Fellcats, só o
deixei entrar porque não podia ignorar o potencial que ele tinha.
Apenas por
isso. Nunca iria querer algo com ele. Era tudo extremamente profissional.
Procurei por
Matt, mas não o encontrei por perto da arquibancada.
Ele deveria
estar no vestiário masculino.
Desço da
pirâmide e grito para a arquibancada com entusiasmo, a adrenalina correndo em
minhas veias:
— Fellcats!
Sou
respondida com mais aplausos e mais gritos enlouquecidos.
Mas tinha
coisas mais importantes para resolver.
Corro para o
vestiário masculino do outro lado da quadra.
Pela visão
periférica, vejo os outros Fellcats indo para os vestiários.
Quando entro
no vestiário masculino, um dos jogadores começa a gritar.
— Nooossa,
olha quem está aqui gente.
— Ela veio
acertar as coisas com Matt galera — Outro jogador cujo nome não lembro grita,
saindo do chuveiro com uma toalha enrolada na cintura.
Procuro Matt
e o vejo com uma toalha nos ombros e a calça que eles usavam nas partidas dos
jogos. Gotas de água desciam pelas costas perfeitas de Matt.
Ando
decididamente até ele, a adrenalina ainda presente em minhas veias, e quando
chego bem perto dele ele se vira.
— O que você
está fazen...
O jogo de
encontro com o armário atrás dele enrolando os dedos em seu cabelo ondulado.
— Você sabe
que eu sempre consigo o que quero.
E o beijo
intensamente.
Suas mãos
hesitam antes de segurarem a minha cintura e me puxar para si.
Todos os
meninos que estavam no vestiário começam a gritar.
— Uhuu! Até
que em fim em Matt?
— Se você não
fizesse alguma coisa logo, eu passava você para trás amigo — Outro garoto diz,
dando uma gargalhada logo em seguida.
Empurro Matt
um pouco para poder falar.
— Viu?
Simples e fácil — Digo e dou um sorrisinho de satisfação.
Matt joga a
cabeça para trás e ri ruidosamente.
Me solto de
seus braços e me viro para a saída do vestiário.
Antes de
sair, viro e vejo a todos os garotos rindo e abraçando Matt dizendo:
— Caaaara,
isso vai ficar para a história da County High School.
— Quase senti
inveja de você amigo.
E Matt
continuava a sorrir.
Viro
novamente e vou para o vestiário dos Fellcats.
Querido Diário, 10 de Agosto.
Eu acho que estou enlouquecendo
com isso.
Antes eu achava que havia visto o
fantasma do meu pai, logo depois que ele morreu á seis anos atrás.
E agora isso, de achar que tem
alguém falando em minha cabeça.
Na verdade tem dois dias que não
ouço mais nada de anormal em minha cabeça, a não ser eu mesma.
Mas... É estranho isso, mas eu
quero ouvir a voz de novo.
Eu preciso saber o que é isso.
Minha reputação parece ter
aumentado depois do beijo que dei em Matt no vestiário masculino.
Não sei o que deu em mim, eu
apenas fiz sem pensar. E agora estou tremendamente arrependida por isso. Um;
porque Becca agora vai ter mais motivos ainda para encher a minha paciência.
Dois; eu não sei se eu fiz isso porque eu ainda gosto do Matt ou apenas fiz
para provocar Becca. E sinceramente, eu acho que eu fiz aquilo mais para
provocar a idiota do que por eu gostar de Matt.
E isso não é bom.
Na verdade, não é nada bom.
E a voz...
Eu tenho que esquecer isso, eu
tenho que esquecer essa voz. Mas isso está ficando cada vez mais difícil.
— Claire Blanc
Fecho o
diário e o coloco em minha cabeceira.
Levanto da
cama e estico os braços, indo para o banheiro do meu quarto.
Quando dou o
segundo passo para o banheiro, o mesmo vulto aparece em minha visão periférica.
Viro na
direção do vulto decidida a ouvir a linda voz novamente.
Precisava
ouvi-la.
Claire.
A voz aparece
em minha mente.
Um sorriso
aparece em meu rosto involuntariamente.
O que você quer? Falo em minha mente, me achando uma
própria idiota.
Mas se a voz
conseguia falar comigo por pensamentos, ela podia muito bem ouvir o que eu
falava em minha própria mente.
Claire.
Ou talvez ele
apenas conseguisse falar comigo em pensamentos. Isso queria dizer que eu teria
que me expressar verbalmente com ele? Isso seria patético.
— O que você
quer? — Digo com a voz firme buscando ele pelo meu quarto.
Você irá saber em breve Claire, tudo
ao seu tempo.
— Como assim
tudo ao seu tempo? Você vem e aparece do nada, e também do nada começa a
conversar comigo mentalmente? O que você quer dizer com isso? — Grito com
raiva.
Se ele
pensasse direito, ele saberia que eu tinha razão.
A voz parecia
ter suspirado.
Não é algo que eu possa explicar agora
Claire, mas você saberá em breve.
Foi quando
algo me veio á cabeça: o que ele era? Humanos não podiam fazer isso, a não ser
que...
— Você é um
fantasma? — Pergunto um pouco baixo demais, mas ele parecia ter ouvido, afinal,
ele pode estar ao meu lado agora e eu não podia ver.
Esse
pensamento faz os pelos do meu braço se eriçar.
Não. Eu não sou um fantasma.
O que? Como
assim ele não era um fantasma? Como ele podia estar falando comigo agora mesmo
se ele não era um fantasma? O que ele era?
— O que?
Então como você consegue fazer isso? O que você é?
Como eu disse á coisas que eu não
posso te falar agora, mas prometo que você terá suas respostas em breve, agora
tenho que ir. Adeus Claire, foi um prazer conversar com você.
O que ele
estava fazendo? Como ele podia fazer isso comigo? Ele aparecia do nada, me dava
algumas explicações – que na verdade não pareciam nada com explicações, pois
deixaram mais perguntas ainda em minha cabeça – e sair?
— Ei! Não vá
agora, por favor, volte! — Grito para o vento estendendo o braço inutilmente.
Eu não
imaginava que isso fosse acontecer. Não imaginava mesmo.
Assim que
estendo o braço, sinto uma mão fria acariciar levemente a minha por apenas
alguns segundos.
Um arfar
passa pelos meus lábios. Mas não sabia o porquê disso.
Adeus Claire.
Assim que
vejo que a voz desaparece da minha cabeça, um vento invernal entra pela minha
janela aberta, fazendo um pedaço de papel flutuar pelo quarto.
Espero o
vento passar e pego o papel, que tem o meu nome escrito em uma caligrafia
perfeita.
Querida Claire,
Como eu disse você terá que
esperar um pouco. Tenha paciência.
Teremos todo o tempo do
mundo para podermos nos conhecer.
Eu não
acreditava nisso. Eu só podia estar tendo alucinações sérias.
Eu iria
acabar em um quarto branco e acolchoado, ou até em uma camisa de força.
Eu precisava
de ajuda. Eu estava enlouquecendo.
Qualquer uma
dessas alternativas me parecia mais provável do que isso tudo ser verdade.
Era
impossível.
— Claire, as
almôndegas estão prontas! — Mamãe grita da cozinha.
— Estou indo
mãe!
Enfio o
bilhete no bolso, tentando esquecer isso tudo. O que me parecia uma coisa
extremamente impossível. Você não passa por alguma coisa como isso e depois
finge que absolutamente nada aconteceu. É uma coisa quase impossível. Se não é.
Quando chego
à porta de meu quarto, o cheiro das almôndegas paira no ar.
Meu estômago
revira de fome.
Vou para a
cozinha, sabendo que quando chegar lá irei ver minha mãe, receber seu amor e
carinho, e era apenas isso o que me importava agora.
Acordo de
manhã cedo no mesmo ritmo de sempre, me arrumo e vou para a escola.
Desta vez,
prendo meu cabelo em um rabo de cavalo quando chego á escola, parecia que o sol
já estava a pino, o que era impossível por ainda ser oito horas da manhã.
Abro meu
armário para poder pegar o meu livro de álgebra e quando o fecho dou de cara
com Matt encostado no armário ao lado do meu, me fazendo pular de susto.
— Ei Claire.
— Matt diz com um sorriso no rosto.
Agora sim eu
sabia que eu tinha feito errado em ter o beijado.
Eu era
idiota, e só agora estava percebendo isso.
— O-oi Matt —
Digo com um sorriso meio sem sal no rosto.
Eu não podia
fazer isso novamente com Matt.
Eu gostava
dele da maneira errada e só agora percebia isso.
Eu só havia
começado a namorar ele no ano passado por causa de Becca, eu queria provoca-la,
eu era idiota e só pensava em mim mesma.
Olhando para seus olhos agora, pude perceber
tudo.
Eu o estava
magoando e eu não queria isso.
— Matt eu...
Fui
interrompida pelo dedo indicador de Matt em meus lábios.
— Não Claire,
você não precisa falar nada. Você irá pedir desculpas pelo beijo no vestiário,
irá dizer que sente muito e que a culpa é sua. Mas não fique triste. Eu já
deveria ter feito isso á muito tempo. Eu sempre gostei de você e sempre irei
gostar. Lie... Eu acho que te amo. — Matt diz e no final da última frase, cora.
É. Realmente
eu estava certa.
Eu estou
muito ferrada.
Isso era a
única coisa que eu tinha certeza absoluta.
terça-feira, 6 de março de 2012
| |
0
comentários
Read more
0 comentários to "NO NAME - Capítulo 2"
Postar um comentário