Blog destinado apenas para a postagem de capítulos do meu livro, que ainda não tem nome.
Arquivo do blog
Sobre a autora

- Lívia Nunes
- Geminiana, gosto pelo o inalcançável e atraída pelas estrelas. Autora de textos utópicos e, quem sabe, auto-depreciativos nas horas vagas. Futura psicóloga e amante de gatos.
Tecnologia do Blogger.
Eai galera, prontos para mais um capítulo da estória de Claire Blanc?
Como o último post foi apenas um prólogo, não deu para esclarecer muita coisa, deu apenas para sentir o gostinho do livro (risos). Mas agora nesse primeiro capítulo vemos um pouco mais sobre a vida de Claire, como ela é e como ela age (ridiculamente devo acrescentar, ela é mesquinha e ignorante). Vamos lá né?
Capítulo
1, Vozes
‘’E se você ouvir vozes; não se assuste. Elas só
querem te ajudar. Ou não’’.
Eu
havia dormido apenas cinco horas na noite passada, sombras roxas pareciam ser
permanentes em baixo dos meus olhos.
No momento,
estou tentando disfarçar as olheiras com base e corretivo líquido, o que parece
estar ajudando não muito, mas o suficiente para não ficar com cara de filme de
terror.
— Filha você
vai acabar se atrasando de novo! — Mamãe grita da cozinha, preparando torradas
suponho.
Minha mãe era
Sub dona de um restaurante muito famoso aqui na cidade de Fell County, e como é
óbvio de se adivinhar, ela ama gastronomia, e sempre está inovando nas
refeições.
—Já vou mãe!
— Grito de volta para a cozinha.
Termino de
passar a base e o corretivo, me certificando de que não estava mais com
olheiras monstruosas.
Enfio as
pernas pelo meu short jeans, passo pela cabeça a minha blusa Vintage preta e ao mesmo tempo, arranco
meu iPod do carregador.
No caminho
pego minha mochila e corro para a cozinha.
— Bom dia
mãe.
Dou um beijo
na bochecha de mamãe e pego por cima de seu ombro esquerdo uma torrada que já
estava pronta.
— Nem pensar
senhorita, você não vai sair para a escola sem tomar café-da-manhã.
No mesmo tempo
que mamãe começa a dar um sermão sobre “desmaiar na escola porque não tomou
café-da-manhã“, ouço o ônibus escolar buzinando na frente da minha casa.
Enfio meu pé
rapidamente em minha sapatilha de camurça e dou um beijo na bochecha em minha
mãe.
— Tchau mãe.
E corro para
a porta da frente.
Entro no
ônibus e logo procuro por Jenna.
Ela estava no
penúltimo banco com seus inseparáveis fones de ouvido.
— Ei Jen. —
Digo me sentando no banco vazio ao seu lado.
— Claire que
saudades!
Jenna joga os
braços ao meu redor e me abraça demoradamente.
Eu estava
morrendo de saudades de Jen.
Eu havia
ficado todas as férias na casa da minha tia – a qual Jen sempre diz que quando
a conheceu, sentiu calafrios – e precisava urgentemente dela.
— Também
estava com saudades Jen.
— Me conta
tudo! Como foi lá? Muitos meninos? — Explode Jen em perguntas.
Conto como
foi minhas férias monótonas – menos a parte em que eu venho sonhando todas
essas férias o mesmo sonho - e ela pareceu triste.
— O que? Como
assim que você passou as férias inteiras da CALIFORNIA e isso não inclui
garotos? O que a de errado com você menina?
— Jenna, você
sabe que eu não sou como você. Só quero me dar bem na escola.
Jen parecia
ter ficado furiosa com a minha resposta.
— E mesmo que
absolutamente todos os garotos da escola dariam uma perna para ficar com você?
— Mesmo
assim.
Claro que
tudo tinha um meio termo.
Antes das
aulas terminarem, eu estava namorando Matt, o menino mais lindo e desejado da
escola County High School.
Com as férias
de verão, o namoro esfriou e eu acabei terminando e esnobando ele.
E só agora eu
percebi que ainda gosto de Matt.
Ela balançou
seu cabelo naturalmente louro em minha direção e piscou duas vezes os seus
olhos castanhos.
— Você vai
pagar com a própria língua, você vai ver.
Uma
gargalhada histérica saiu pelos meus lábios.
— Ok Jen.
— Isso, ri
mesmo. Se você quiser também pode destruir a sua reputação na Fell County High
School, Becca ficaria muito feliz com isso.
— Eu sei
disso mais que ninguém, mas ela nunca vai ter a mesma reputação que nós Jen,
ela é dos County Liders. E nós...
— Fellcats! —
Uma menina no fundo do ônibus grita, provavelmente querendo se enturmar.
Viro na
direção da menina e dou um sorrisinho e em troca ganho um grande sorriso de
veneração e... Sei lá o que mais.
Volto minha
atenção para Jenna e lhe lanço um olhar do tipo: Viu? Até ela sabe.
Jen
suspira...
— Ok —... E
sorri.
Uma gritaria
começa no ônibus.
— Vai
Felllcats! Vai Fellcats e detona a County Liders!
Viro para
frente, satisfeita.
A minha
primeira aula no penúltimo ano do ensino médio era História.
E a primeira
aula de Jen era álgebra.
— Tchau Jen.
— Digo antes de correr para o meu novo armário, número 13.
9,10, 11...
Meus olhos se
arregalam de raiva e fúria.
Na frente do
armário número 11 Matt e Becca conversavam entusiasmadamente.
Aperto os
dedos contra a alça de minha mochila de raiva.
Ando
decididamente até eles.
Meus pés
batendo com força contra o piso claro do corredor da escola.
— Matt,
Becca! — Digo com falso entusiasmo. — Já estava ficando com saudades em?
Matt olha em
minha direção com raiva.
Becca me olha
com desdém, mas isso não era novidade.
Ela me olhava
desse jeito desde o dia em que eu consegui a vaga de líder de torcida dos
Fellcats, e ela não.
De consolo, o
time de líderes de torcida muito abaixo dos Fellcats, os County Liders
resolveram deixa-la ficar em seu time.
Mas eu ainda
não entendia o porquê dela ainda ser popular na County High School.
Não tão
popular, ainda sim...
— Claire,
estava com saudades de você — Becca diz ironicamente.
— Não me
interessa se você está ou não com saudades de mim querida.
Matt me olha
rapidamente pelo canto do olho, mas finjo que não vi.
— Hm, Claire
você pode me levar na sala de história? Você acredita que eu não lembro onde
fica?
O olho em duvida,
franzindo o cenho.
Becca o olha
com raiva, balança seu cachos castanhos e vai embora.
— O que você
quer Claire? — Matt pergunta assim que Becca desaparece pelo corredor já vazio.
— Há, qual é
Matt, vai dizer que você não queria ficar sozinho comigo? — Pergunto me
aproximando mais dele com um sorriso nos lábios.
—
Sinceramente, eu não entendo você. Quer que eu a lembre que você me deu um pé
na bunda, e me esnobou?
O sorriso
desaparece dos meus lábios do mesmo instante em que suas palavras saem de sua
boca.
Olho nos
olhos azuis esverdeados de Matt, seu cabelo sedoso, seus cachos castanho claro,
em seu físico espetacular...
— Eu ainda
gosto de você Matt. Desculpe pelo que eu fiz com você, eu estava com raiva, só
isso...
Enrosco os
dedos em seu casaco do time de futebol americano da County High School.
— Como assim
só isso? Claire, eu nunca vou conseguir esquecer o que você fez comigo, eu
realmente gostava de você, estou tentando seguir em frente. Não posso te dar
outra chance para você fazer a mesma coisa.
Aperto mais
meus dedos em seu casaco e o puxo para mim, ficando entre ele e o armário de
Becca.
— Por favor,
Claire... — Ele sussurra.
Eu gostava
disso, gostava desse poder que eu exercia sobre o sexo oposto.
Não sabia por
que eu era bonita, ou se era porque eu era popular na County High School.
Mas ainda
assim, era verdade.
Fecho os
olhos e me aproximo mais de Matt.
Quando o
inesperado acontece.
Matt me
empurra e dá um sorriso cruel.
— Viu como é
bom brincar com os sentimentos de alguém? — Matt se vira, e vai para a sua
próxima aula.
Meus olhos
começavam a arder.
Trinco os
dentes de raiva e aperto a alça da minha mochila.
Ei, eu sou a Claire e nada me derruba.
Eu sou bonita e popular e posso ter qualquer menino. Penso, tentando enfiar isso na minha
cabeça idiota.
Limpo os
olhos e me viro para o meu armário, pegando o livro de historia e fechando a
porta do armário.
Enquanto
seguia para a sala de história tentando inventar uma desculpa para o professor
de o porquê ter chegado a sua aula atrasada, sinto a mesma coisa que senti na
noite anterior, uma mão gelada em minha nuca.
Viro
bruscamente e fito o corredor vazio.
Quando penso
em virar e correr para a minha aula, uma voz soa em minha cabeça; Volte. A voz sussurra em minha mente.
A voz não era
minha, era masculina e muito, muito bonita.
Engulo a seco
e dou dois passos hesitantes para frente.
Uma leve
brisa passa por mim pelos tubos de ar embutidos perto das janelas no fundo do
corredor, fazendo os pelos dos meus braços e pernas se arrepiarem. Cruzo os
braços ao peito e dou mais um passo.
Claire, você precisa saber que... A voz é interrompida por outra, que
comparada com aquela voz, era
horrivelmente estridente e seca.
— Senhorita
Blanc, o que faz no corredor em horário de aula? — Grita o diretor Holtzman do
fundo do corredor, atrás de mim.
— Hm, eu vim
beber água, já estava de saída — Digo ainda olhando para onde parecia vim à voz
sedutora e sedosa.
— Muito bem
senhorita Blanc, para a sala já. — O senhor Hotzman diz e vai embora.
Antes de sair
do corredor vazio, dou uma última olhada para a janela, onde parecia ter vindo
a voz atraente e vejo um vulto atrás de mim.
Viro e só o
que posso ver são dois olhos azuis como as águas do Caribe me fitando.
Meu coração
parece parar de bater e volta a bater alucinadamente.
Depois de
alguns segundos nos fitando, os olhos simplesmente desaparecem.
Corro para a
sala de história antes que comece a ver coisas de mais, se é que já não havia
visto.
Foi quando
olhei para o relógio embutido na parede que percebi que estava muito atrasada
para a aula de história.
segunda-feira, 5 de março de 2012
| |
0
comentários
Read more
0 comentários to "NO NAME - Capítulo 1"
Postar um comentário