Gente, me desculpem pela demora para postar esse capítulo, eu estava com um bloqueio danado. E bem, pensando nisso, resolvi que irei postar um capítulo por semana, assim fica melhor para vocês não terem que esperar por muito tempo e para mim, assim eu me programo melhor e posso postar mais rápido para vocês, como hoje é terça-feira, irei postar todas as terças então anotem ai para não esquecerem! Um beijo e aproveitem mais um  capítulo da complicad Claire Blanc (Antiga Jullie Mackinley kkkk)!



Capítulo 9, Romeu e Julieta complicados

Quando saio da quadra, corro pelo corredor querendo logo ir para o refeitório.
Queria poder falar tudo para Jen agora, mas isso seria meio impossível de acontecer. Pelo menos agora, eu não podia continuar escondendo isso dela, ela era a minha melhor amiga e ela provavelmente saberia o que fazer.
Mesmo Jen adorando uma fofoca das boas, ela sabia quando o papo era sério e quando era hora de ser amiga. E por mais contraditório que isso possa soar, contar um segredo para Jen era a mesma coisa que contar algo para um túmulo; haveriam ecos (no caso de Jen, seria apenas ela pensando no assunto, refletindo), mas ninguém, absolutamente ninguém saberia.
E era isso que eu mais amava em Jen. Ela sabia a hora certa de ser amiga como também sabia a hora certa de te fazer dar boas gargalhadas falando sobre o cabelo que estava fedendo de fulano, ou que tal sujeito estava com mau hálito.
E ela era capaz, com apenas poucas palavras, me fazer entender o que há muito tempo eu custava a compreender. Às vezes eu até pensava que ela me conhecia mais do que eu mesma.
E eu a amava incondicionalmente, nós fomos criadas praticamente juntas, ela era minha vizinha, mas depois teve que se mudar para a rua atrás da minha, como se fosse grande coisa.
Nossas mães sempre estavam se falando, o que ajudou muito também.
Viro a esquerda no corredor da escola e paro de correr um pouco.
Provavelmente várias pessoas já deviam estar rodando Jen e perguntando pela a minha ausência, essa era uma das coisas ruins em ser popular. Se você desaparecesse por poucos minutos sem ninguém ficar sabendo, todos já se perguntavam onde você estava.
E Jen também deveria estar irritada, ela odiava quando coisas desse tipo aconteciam.
Paro em frente à imensa porta de metal do refeitório e espio pelos quadrados de vidro na porta a mesa onde eu e Jen costumávamos sentar.
Bem, eu estava certa. A nossa mesa estava rodeada por três meninas que se encostavam às cadeiras olhando diretamente para Jen, uma delas fazendo perguntas e as outras ouvindo atentamente.
Entro no refeitório e logo me sento em uma das cadeiras vazias e Jen me olha com alívio.
As três meninas me olham com uma curiosidade muda, mas saem da mesa rapidamente.
— Graças a Deus em! Não estava mais aguentando essas meninas. — Jen bufou e volta sua atenção para sua salada.
Dou uma risadinha e abro a minha soda, derramando o conteúdo em um copo descartável.
Enquanto Jen mastigava a salada, ela me olhava com curiosidade.
— Eai Clai? — Jen pergunta, jogando verde.
— Eai o que? — Pergunto com inocência.
Ela da uma risadinha sem humor e me lança um olhar acusador.
— Você sabe do que eu estou falando, eu vi Trish gostoso Mansen indo para a quadra. Acho que já está na hora de você abrir o jogo comigo Claire.
Coloco uma batata frita na boca e engulo com dificuldade, dando um gole em minha soda.
— Hm, é hm, eu já sabia que essa hora iria chegar. — Eu digo com a voz trêmula de nervosismo.
Eu realmente não entendia o porquê de estar tão nervosa por estar falando sobre Trish com Jen.
Qual é ela é minha melhor amiga!
Mas no fundo de meu âmago eu sabia o porquê de estar tão nervosa; Sentia que Trish era um assunto particular, no qual eu não devia compartilhar com ninguém.
Era como um ciúme idiota, um ciúme do que nem era meu para ser bem sincera.
Os olhos de Jen brilham em expectativa.
— O que isso quer dizer? — Ela diz tentando controlar a curiosidade.
— Isso quer dizer que é isso mesmo o que você está pensando.
— E o que eu estou pensando? — Jen rebate. Ela queria ouvir da minha boca o que ela queria ouvir, mas o problema era que eu não queria falar isso em voz alta.
— Se você já sabe pra que você quer me ouvir falando o que você já sabe? — Eu digo tentando argumentar, mas me embolando nas próprias palavras.
— É como naquela história da formiguinha e do papagaio que a nossa professora nos contava na quarta série; A formiguinha estava apaixonada pelo papagaio que também estava apaixonado por ela, mas o papagaio queria ouvir a formiguinha falando isso, não se contentando com insinuações. — Jen diz, olhando bem no fundo de meus olhos.
— Mas a formiguinha não falava porque não era preciso falar nada, pois o papagaio já deveria ter percebido que ela estava apaixonada por ele. — Eu tento argumentar, também fitando Jen com a mesma intensidade.
— Mas o papagaio só queria uma confirmação dos sentimentos da formiga.
— Mas pra que ele queria uma confirmação do que ele já sabia?
Assim que deixo a pergunta pairando no ar, percebo que eu e Jen estávamos ligeiramente inclinadas sobre a mesa.
— O papagaio só queria uma confirmação para poder então avançar sem medo de ser rejeitado.
— Mas mesmo se a formiguinha tivesse falado para o papagaio que estava apaixonada por ele antes de morrer, não daria jeito de qualquer forma. — Eu digo dando um longo gole em minha soda.
— Porque não?
— Qual é Jen! Desde quando paixões entre formigas e papagaios dão certo? — Digo em tom irônico.
— Isso só é uma fábula Clai, em fábulas tudo pode acontecer. — Jen diz tomando um gole de sua coca diet.
— Eles são de espécies distintas, nunca daria certo.
Nossos olhares decididos oscilam para olhares de dúvida.
— Do que nós estamos falando mesmo? De formigas e papagaios ou de você e Trish?
— Não tem eu e Trish.
Enquanto falava isso, Jen estava tomando outro gole de coca e quase cospe tudo na mesa quando termino.
— Qual é Clai! Eu vi o modo como ele te olha, e você também não fica atrás.
Jen desperta a minha atenção ao falar sobre Trish.
Como assim o jeito que ele me olhava?
— Do que você está falando? Como assim o modo que ele me olha? — Eu pergunto me inclinando sobre a mesa, repentinamente interessada.
Ela da uma risadinha antes de me responder.
— Se você não percebeu, Trish Mansen vem te olhando de um jeito, digamos, mais que o normal.
Mordo o lábio inferior não por nervosismo como costumava acontecer, mas por completa inconsciência do ato, isso estava começando a ficar normal demais e sempre acontecia quando eu ficava nervosa ou quando estava pensativa.
E agora era mais pela segunda opção do que pela primeira.
— Não entendo o que você quer dizer quando diz “me olha de um jeito, digamos, mais que o normal”. — Digo me embolando nas minhas próprias palavras e levantando as duas mãos sinalizando as aspas.
— Deixa de ser ingênua menina! Você sabe perfeitamente do que eu estou falando. — Ela pega uma batata frita do meu prato e continua: — Você é sexy e sabe disso, e também sabe que isso está afetando os neurônios de Trish gostoso Mansen.
Reviro os olhos com impaciência.
— Você é muito chata quando quer Jen.
Ela solta uma gargalhada e passa os dedos em seu cabelo dourado.
Como Jen podia ser tão bonita? Sério, eu não sabia.
Seu cabelo liso e incrivelmente loira natural descia até o meio de suas costas, fazendo um incrível par com os olhos azuis escuros. Sua pele branca estava em contraste com a blusa preta regata e com a minissaia xadrez estilo colegial e para completar, uma sapatilha linda de camurça da Louis Vuitton.
E eu ainda me perguntava onde ela via beleza em mim.
Minha mãe dizia ser um milagre eu nascer ruiva sem sardas.
Meu cabelo era ruivo liso na parte de cima e meio ondulado nas pontas, os cachos descendo até a cintura.
Na verdade eu tinha puxado o ruivo da minha avó materna, pois meu pai tinha o cabelo liso e castanho escuro, minha mãe tinha um tom meio loiro escuro.
Os olhos eu havia puxado da minha mãe, verde claro. Meu pai tinha olhos chocolates que eu amava.
Uma dor no peito me invade assim que começo a pensar em meu pai. Minha garganta começa a ficar seca e os olhos começam a arder.
Isso nunca era bom sinal.
Jen parece perceber a minha súbita mudança de humor e me olha preocupada, colocando minha mão sobre a minha que estava cerrada em punhos.
— O que foi Claire?
Tudo o que eu queria fazer naquele momento era cair no choro nos ombros de Jen, e chorar até não poder mais, mas lembrei de que estava no refeitório da escola e com olhares curiosos em cima de nós, por isso resolvo dar uma resposta simples e na maioria das vezes, mentirosa.
— Nada, estou bem.
Engulo a seco e levanto-me da cadeira querendo correr para o banheiro, me trancar em um das cabines e matar a próxima aula chorando, mas o sinal toca e sou forçada a esquecer isso.
Jen levanta da cadeira levando a sua bandeja. Pego a minha e a levo para o lixo, despejando seu conteúdo e guardando-a em cima da bancada.
Sigo para os nossos armários em silêncio com Jen ao meu lado, quando ela resolve quebra-lo.
— Clai, você sabe que pode contar comigo para tudo não é? — Jen pergunta pegando a minha mãe pendurada ao lado de meu corpo e a acaricia suavemente.
Levanto um pouco a ponta dos lábios e acaricio sua mão entrelaçada na minha.
— É claro que sei Jen.
Ela me abraça e se vira para o armário ao lado do meu pegando seus pertences para a próxima aula.
— Qual é a sua próxima aula? — Pergunto enquanto abria o meu armário e pegava o livro de Literatura para a próxima aula e com gelo no estômago, lembro-me quem eu iria ver na próxima aula.
— Hm, é história geral e a s... — Assim que Jen percebe minha expressão estranha ela pergunta, elevando um pouco a voz. — O que está acontecendo com você Claire? Do nada você muda de humor, isso está tãããão estranho.
Balanço a cabeça tentando afugentar meu estômago revirando impacientemente e logo me vejo ansiosa para a próxima aula.
— Bem, hm, é que eu tenho literatura na próxima aula e Trish também.
Jen arregala os olhos e depois me olha de um jeito engraçado.
— Hmmm, isso é bom amiga. Assim você vai consegue tirar algumas informações dele.
Batemos a porta dos nossos armários ao mesmo tempo, viro-me para Jen e a olho de um jeito acusador.
— Ei, eu não vou tirar informação nenhuma dele!
Furiosa, marcho para a sala de literatura e ouço os passos apressados de Jen me seguindo.
— Qual é Clai, você entende do que eu estou falando. — Ela diz com um sorriso na voz e com segundas intenções também.
— Não, eu não sei do que você está falando.
Jen bufa e mesmo sem estar olhando para ela vejo seus olhos revirarem.
Chego à porta da sala de literatura e hesitante, olho rapidamente para dentro da sala pela porta aberta.
Algumas poucas pessoas estavam dentro da sala, conversando entre si. Nada de Trish. Ainda.
Jen da uma risadinha atrás de mim.
— O que foi? — Digo impaciente, batendo o pé no piso claro e escorregadio.
Ela ri mais ainda com minha resposta.
— Você é estranha com relação à Trish. Você nunca foi do tipo que hesita antes de fazer algo, sempre vai de cabeça e confiante. Agora você está ai, “verificando o terreno” antes de entrar na sala.
Ela ri mais ainda depois de falar, o que me deixa mais impaciente ainda.
— Ha ha, isso não é engraçado Jen.
Ela coloca o livro de história sobre o rosto para esconder o quanto estava achando engraçada aquela situação, que para mim, era pra lá de constrangedora.
— Ok, agora eu tenho que ir para a aula. Até a saída Clai. — Ela diz antes de seguir pelo corredor ainda rindo.
Entro na sala de aula e sento-me na terceira carteira da terceira fileira.
Fico batendo a caneta no livro até a sala estar completamente cheia, a não ser por uma cadeira vazia na fileira a minha direita, a penúltima.
Meu coração começa a bater freneticamente só de pensar que Trish poderia ter ido para a casa ou coisa parecida.
O professor Banner entra na sala e salda a turma.
A agitação cessa, e a turma volta sua atenção para o professor de óculos e um suéter verde horrível.
— Olá turma! Bem, como o Spring Break está se aproximando — O professor Banner é interrompido com gritos e exclamações entusiasmadas apenas por ele ter falado das férias de três semanas que se aproximava. — Eu não terminei! Continuando, como o pequeno intervalo se aproxima a diretora Silverster me convocou para uma reunião e com todo o concelho escolar, resolvemos fazer uma apresentação teatral para o último dia de aula antes do Spring Break e hoje nós vamos começar com o novo projeto. Quando vocês saírem no último horário, verão uma folha no mural perto dos armários explicando quando serão os testes para os papéis e logo, os ensaios.
Toda a turma se cala e logo se entreolham meio em duvida. O professor parece perceber isso e volta a chamar a atenção da turma.
— Como nós estamos com o tempo bem curto, a diretora junto com os demais professores envolvidos estarão fazendo os testes amanhã, a folha de inscrição estará também no mural, então quem tiver interessado depois das aulas as folhas para inscrição e ajuda estarão disponibilizados na secretaria.
Eu já havia feito aulas de teatro muitas vezes, sempre gostei muito de atuar e estar em contato com o público, não fazia do tipo muito tímida e por isso sempre me destaquei nas peças teatrais que eu já tinha participado na escola.
Minha mãe já tinha percebido meu “dom” e tinha me colocado em uma aula específica para teatro depois da escola quando eu tinha dez anos e fiz até os quinze, parando apenas por não ter mais tempo quando tinha conseguido ser líder de torcida dos Fellcats.
Mas na verdade sempre quis voltar a fazer teatro, era uma das poucas coisas em que eu realmente fazia algo certo e as pessoas pareciam apreciar isso.
E foi com esse mesmo pensamento que iria sem duvida alguma, me inscrever nos testes para os papéis, não me importando muito com especificamente que papel eu iria pegar, mas no momento não queria um papel com muito destaque, não queria um holofote sobre minha cabeça, por mais que isso parecesse contraditório.
O Sr. Banner continuava explicando respondendo as perguntas que a turma lhe faziam sobre o teatro e como seria o processo dos testes quando a porta da sala se abre vagarosamente e uma silhueta entra, fechando-a logo em seguida.
— Desculpe-me pelo atraso, Sr. Banner. Eu estava na sala da diretora, ela queria me falar sobre as atividades extracurriculares que eu tinha escolhido.
Meus olhos se voltam para a porta inconscientemente por causa da voz intensamente familiar.
E assim que nossos olhos se encontram, sinto-me flutuar até ele, sinto minha alma sacudir dentro de mim, parecendo dar pulos de alegria.
Seus olhos incrivelmente azuis pareciam me fitar com certa curiosidade, suas pupilas pareciam mais dilatadas e seus olhos, mais brilhantes e envolventes que nunca.
Sua boca lindamente desenhada e carnuda estava formada em um tipo de meio sorriso, me deixando grogue.
Seu nariz perfeito, seu queixo demarcado e lindamente quadrado, seu cabelo castanho claro brilhava com a luz que vinha das janelas da sala e das lâmpadas fluorescentes.
Trish passa os dedos nos fios dourados, parando com a mão atrás da nuca, em uma posição relaxada e fazendo-o ficar parecendo um semideus.
 Inconscientemente a ponta direita de minha boca se levanta, fazendo um meio sorriso tímido, e simultaneamente mordo o lábio inferior e baixo o olhar para a minha mesa, ainda sorrindo.
— Hm, tudo bem Mansen, sente-se. — Sr. Banner aponta com o queixo redondo para a única mesa vazia da sala; A penúltima cadeira da fileira a minha direita.
Ele se senta a carteira com uma elegância que parecia irradiar de seus movimentos.
Viro-me um pouco, mas o bastante para poder vê-lo.
Apoio meu rosto em minha mão esquerda e fito-o ainda com um meio sorriso no rosto.
Ele também me fitava com olhos calorosos e intensos, bagunçando os meus pensamentos.
Como ele podia ser tão lindo!
A ponta de sua boca levanta novamente, fazendo aquele sorriso que eu tanto amava, o qual tanto me deixava meio grogue.
Volto meus olhos para o professor que continuava falando sobre a apresentação teatral.
— O concelho fez uma votação entre si e a peça será o clássico de Shakespeare, Romeu e Julieta.
Assim que o Sr. Banner anuncia, a turma fica animada e todos já estavam comentando quem seria Romeu Montecchio e quem seria a formosa Julieta Capuleto.
Eu realmente não queria fazer a Julieta, eu já tinha lido a peça por causa de uma aula de literatura e sabia que as falas delas eram extensas, e mesmo que eu confiasse em minha capacidade de atuar, duvidava de que conseguiria alcançar as emoções aflitas e apaixonadas de Julieta Capuleto.
Mas pensando por outro lado, seria realmente excitante fazer Julieta. Apesar de todos imaginarem que ela era uma menina frágil e apaixonada, na verdade ela era uma mulher que sabia o que queria se apaixonou incondicionalmente por Romeu e teve a coragem de tirar a própria vida por causa de Romeu, por ele ter morrido e realmente achar que não iria conseguir viver sem ele. O que acho recíproco, sendo que foi exatamente isso que aconteceu com Romeu, ele havia achado que Julieta tinha morrido, sendo que na verdade ela só tinha tomado um veneno que a faria parecer morta para não casar com Páris e poder ficar com Romeu.
Era uma linda história, e apesar de parecer clichê e idiota, eu gostava muito de clássicos, especialmente de Shakespeare.
Lembrava que há alguns anos atrás, eu havia lido A tempestade do próprio e sempre chorava, poderia passar-se mais de cinquenta anos que eu sempre iria chorar lendo peças de Skakespeare.
Eu sempre ficava pasma como ele conseguia expressar os sentimentos dos personagens com tanta intensidade e paixão. E todos os personagens pareciam ter sua história, todos eles eram únicos e especiais, eu sempre fui uma amante de Shakespeare.
— Bem, sendo assim, para aqueles que nunca leram Romeu e Julieta, irei escolher agora dois alunos que por vontade própria, iram encenar uma das mais famosas cenas da peça. Levantem a mão quem quiser e escolherei dois dos alunos.
Assim que o Sr. Banner diz, vejo pela minha visão periférica alguém perto de mim levantar a mão.
Olho em direção da pessoa e fico boquiaberta quando vejo Trish com a mão levantada e com uma excitação clara nos olhos.
Hm, quem diria que Trish gostava de atuar e que também gostava de Shakespeare, pelo visto nós tínhamos mais coisas em comum do que eu imaginava.
Ele na verdade fora o único que levantou a mão, todos queriam participar, mas obviamente não tinham coragem para levantar a mão.
Em movimento não pensado, idiota e involuntário, levanto a mão vendo pela visão periférica Trish dar um meio sorriso discreto.
O Sr. Banner parece ficar eufórico.
— Ótimo! Dois alunos que já tiveram experiência com o teatro para uma bela representação da cena clássica da janela entre Romeu e nossa doce Julieta! — O Sr. Banner diz, extremamente entusiasmado.
Olho de soslaio para Trish e ele também me olha, um sorrindo para o outro.
Levanto-me de minha cadeira e vou para frente da turma, o Sr. Banner me passando uma folha com as falas de Julieta marcados com marcador de texto.
Trish também vem para a frente da turma, pegando a folha com as falas da mão do Sr. Banner.
Aquele friozinho agradável na barriga me preencheu, me fazendo tremer de excitação. Eu realmente gostava de atuar, era uma coisa que eu fazia com extremo prazer.
Trish se posicionou em minha frente, olhando diretamente em meus olhos, a turma inteira sem dizer nada.
— Vocês já devem ter se familiarizado com o texto então, vamos lá mostrem-nos o amor! — Sr. Banner diz, indo para o fundo da sala afim de ter uma visão melhor de nossa representação.
 E quando olho novamente para Trish, ele não era mais o Trish que eu conhecia – tão pouco, mas tão muito -, agora ele era Romeu Montecchio. Trish – ou Romeu – havia entrado inteiramente no personagem, suas emoções agora tão expostas pareciam fluir pela sala, invadindo-me como se fosse alguma coisa física.
Fecho os olhos e imagino Julieta Capuleto em minha mente, suas emoções, conflitos e suas sensações que eu sempre imaginara fluir pelo seu corpo na famosa cena da janela.
Trish – ou Romeu – coloca suas folha mais a frente, e olha para mim, quase não usando sua folha ao recitar a primeira fala de Romeu com extrema perfeição, cada palavra transbordando sentimento.
—Só ri das cicatrizes quem ferida nunca sofreu no corpo. Mas silêncio! Que luz se escoa agora da janela? Será Julieta o sol daquele oriente? Surge formoso sol, e mata a lua cheia de inveja, que se mostra pálida e doente de tristeza, por ter visto que, como serva, és mais formosa que ela. Deixa, pois, de servi-la; ela é invejosa. Somente os tolos usam sua túnica de vestal, verde e doente; joga-a fora. Eis minha dama. Oh, sim! É o meu amor. Se ela soubesse disso! Ela fala; contudo, não diz nada. Que importa? Com o olhar está falando. Vou responder-lhe. Não; sou muito ousado; não se dirige a mim: duas estrelas do céu, as mais formosas, tendo tido qualquer ocupação, aos olhos dela pediram que brilhassem nas esferas, até que elas voltassem. Que se dera se ficassem lá no alto os olhos dela, e na sua cabeça os dois luzeiros? Sua face intente deixariam corridas as estrelas, como o dia faz com a luz das candeias, e seus olhos tamanha luz no céu espalhariam, que os pássaros, despertos, cantariam. Vede como ela apoia o rosto à mão. Ah! Se eu fosse uma luva dessa mão, para poder tocar naquela face!
Essa era minha deixa para começar a minha fala, mas não pude deixar de ficar inteiramente deslumbrada com a paixão e a fúria se envolvendo a cada palavra dita, ecoando por toda sala que se encontrava em um silêncio intenso. Seus olhos me fitavam brilhantes, amor, fúria, dúvida e extrema intensidade passavam para mim um recado o qual eu não conseguia entender. Deixei de lado meu blá blá blá interno e foquei na personagem, pois quem estava ali não era Claire Blanc, e sim Julieta Capuleto, colocando tudo para fora intensamente, meus olhos indo da folha em minhas mãos a Trish.
— Ai de mim! — Grito, totalmente envolta no personagem e suas emoções.
—Oh, falou! Fala de novo, anjo brilhante, porque és tão glorioso para esta noite, sobre a minha fronte, como o emissário alado das alturas ser poderia para os olhos brancos e revirados dos mortais atônitos, que, para vê-lo, se reviram, quando montado passa nas ociosas nuvens e veleja no seio do ar sereno. —Trish diz as palavras sem olhar uma vez se quer na folha em suas mãos, seus olhos ardiam dentro dos meus, fazendo uma corrente de eletricidade passar por nossos corpos mesmo estando separados por uma distância significativa.
—Romeu, Romeu! Ah! Por que és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo. —Digo, me aproximando um passo de Trish, meus olhos ardendo em amor e fúria, sentimentos parte da personagem e parte de mim mesma.
—Continuo ouvindo-a mais um pouco, ou lhe respondo? — Ele diz olhando para os lados, como se procurasse por minha voz.
— Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Seja outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira. — Digo numa voz alta, tudo o que eu queria falar para Trish coberto pela névoa das palavras de Julieta.
— Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em diante não serei Romeu. —Trish diz avançando um passo lentamente, como se estivesse subjugando todo o seu desejo.
— Quem és tu que, encoberto pela noite, entras em meu segredo?
— Por um nome não sei como dizer-te quem eu seja. Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria. —Trish diz, agora fluindo ódio sem deixar a paixão expressa encoberta nas entrelinhas.
Minhas orelhas ainda não beberam cem palavras sequer de tua boca, mas reconheço o tom. Não és Romeu, um dos Montecchios?
Não, bela menina; nem um nem outro, se isso te desgosta.
— Dize-me como entraste e porque vieste. Muito alto é o muro do jardim, difícil de escalar, sendo o ponto a própria morte, se quem és atendermos, caso fosses encontrado por um dos meus parentes.
Do amor às lestes asas me fizeram transvoar o muro, pois barreira alguma conseguirá deter do amor o curso, tentando o amor tudo o que o amor realiza. Teus parentes, assim, não poderiam desviar-me do propósito. — Trish diz, agora com a expressão totalmente serena.
— No caso de seres visto, poderão matar-te. — Cada palavra que dizia interpretando Julieta, era um balde de água fria sendo jogado em mim. Eu nunca imaginaria a tamanha intensidade que se guardava em mim, nunca imaginava que eu pudesse colocar tudo isso para fora em apenas um simples personagem, mas com Trish ali era difícil não ser extremamente intensa.
— Ai! Em teus olhos há maior perigo do que em vinte punhais de teus parentes. Olha-me com doçura, e é quanto basta para deixar-me à prova do ódio deles. — Trish diz no fundo de seus olhos o Trish que eu conhecia estava vindo à tona, e quando ele parece perceber que vi isso, o Romeu volta com toda a intensidade.
— Por nada deste mundo desejara que fosses visto aqui.
— A capa tenho da noite para deles ocultar-me. Basta que me ames, e eles que me vejam! Prefiro ter cerceada logo a vida pelo ódio deles, a ter morte longa, faltando o teu amor.
— Com quem tomaste informações para até aqui chegares?
— Com o amor, que a inquirir me deu coragem; deu-me conselhos e eu lhe emprestei olhos. Não sou piloto; mas se te encontrasses tão longe quanto a praia mais extensa que o mar longínquo banha, aventurara-me para obter tão preciosa mercancia.
— Sabe-lo bem: a máscara da noite me cobre agora o rosto; do contrário, um rubor virginal me pintaria, de pronto, as faces, pelo que me ouviste dizer neste momento. Desejara oh! Minto! retratar-me do que disse. Mas fora! Fora com as formalidades! Amas-me? Sei que vais dizer-me “sim”, e creio no que dizes. Se o jurares, porém, talvez te mostres inconstante, pois dos perjúrios dos amantes, dizem, jovem sorri. Ó meu gentil Romeu! Se amas, proclama-o com sinceridade; ou se pensas, acaso, que foi fácil minha conquista, vou tornar-me ríspida, franzir o sobrecenho e dizer “não”, porque me faças novamente a corte. Se não, por nada, nada deste mundo. Belo Montecchio, é certo: estou perdida, louca de amor; daí poder pensares que meu procedimento é assaz leviano; mas podeis crer-me, cavalheiro, que hei de mais fiel mostrar-me do que quantas têm bastante astúcia para serem cautas. Poderia ter sido mais prudente, preciso confessá-lo, se não fosse teres ouvido sem que eu percebesse, minha veraz paixão. Assim, perdoa-me, não imputando à leviandade, nunca, meu abandono pronto, descoberto tão facilmente pela noite escura. — Digo com a maior intensidade de meu ser, os olhos de Trish esmagando os meus, queimando-os como se fossem pular das órbitas.
— Senhora, juro pela santa lua que cairela de prata as belas frondes de todas estas árvores frutíferas...
— Não jures pela lua, essa inconstante, que seu contorno circular altera todos os meses, porque não pareça que teu amor, também, é assim mudável.
— Por que devo jurar? — Trish diz, dando a entender que ele próprio se perguntava isso, o que era exatamente como Romeu interpretava.
— Não jures nada, ou jura, se o quiseres, por ti mesmo, por tua nobre pessoa, que é o objeto de minha idolatria. Assim, te creio.
— Se o amor sincero deste coração...
— Para! Não jures; muito embora sejas toda minha alegria, não me alegra a aliança desta noite; irrefletida foi por demais, precipitada, súbita, tal qual como o relâmpago que deixa de existir antes que dizer possamos: Ei-lo! Brilhou! Boa noite, meu querido. Que o hálito do estio amadureça este botão de amor, porque ele possa numa flor transformar-se delicada, quando outra vez nos virmos. Até à vista; boa noite. Possas ter a mesma calma que neste instante se me apossa da alma. — As palavras saem de meus lábios com intensidade e leveza ao mesmo tempo.
— Vais deixar-me sair mal satisfeito? — Trish diz, arqueando uma de suas lindas sobrancelhas.
— Que alegria querias esta noite?
— Trocar contigo o voto fiel de amor. — Ele diz logo suspirando. E eu realmente não sabia se isso era efeito do personagem ou dele próprio.
— Antes que tu pedisses já te dera; mas desejara ter de dá-lo ainda. — Digo, dando mais um passo a sua direção e tocando seu rosto suavemente, seus olhos se fechando e alguns segundos depois se abrindo, me fitando com paixão.
— Desejas retirá-lo? Com que intuito, querido amor?
— Porque, mais generosa, de novo tu ofertasse. No entanto, não quero nada, afora o que possuo. Minha bondade é como o mar: sem fim, e tão funda quanto ele. Posso dar-te sem medida, que muito mais me sobra: ambos são infinitos.
E assim que falo a última fala, meus olhos começam a arder de emoção.
E por mais bobo que parecesse essa pequena interpretação, muitos sentimentos dos quais jamais senti vieram como ondas lentas sobre mim, carregando-me como a maré.
Trish me olhava pelo canto com uma expressão indecifrável, mas ele parecia feliz e com certa presunção, o que o fazia parecer um deus decido dos céus ou qualquer outra baboseira.
O Sr. Banner nos olhava totalmente em êxtase, totalmente envolto ainda em nossa apresentação. E toda turma também parecia meio em choque, pois ninguém se atreveu a falar antes que o Sr. Banner.
— Estou maravilhado! Estou absorto com a tamanha intensidade e paixão que vocês empregaram aos personagens, estou sem palavras para descrever! — Ele diz, andando rapidamente para o nosso lado, virando-se para Trish. — E creio que você deva gostar muito de Shakespeare, pois apenas em alguns momentos vi você olhando para o papel, como se tivesse todas as falas em mente.
— Bem, em certo ponto o senhor está certo; Sou um amante das obras de Shakespeare. — Trish diz com um meio sorriso lindo nos lábios carnudos.
Agora o Sr. Banner se vira para mim, olhando-me com satisfação.
— E eu sabia que você já tinha feito aulas de teatro, mas não conhecia realmente a tamanha capacidade que você tem de atuar, Claire. — Ele observou, agora olhando de mim para Trish. — Estou encantado com ambos!
A sala começa a aplaudir e a assoviarem entusiasmadamente.
Quando o sinal toca, várias pessoas vem nos parabenizar pela representação, falando que os papéis de Romeu e Julieta respectivamente já estavam assumidos.
Dirijo-me para minha mesa e percebo que só estava eu e Trish na sala de literatura.
— Você foi incrível, Claire.
A voz suave e forte de Trish me assusta logo me recomponho e mordo o lábio inferior, levantando a ponta de um dos lados da boca em um meio sorriso.
— Ah, que isso Trish. Você também foi incrível! Nunca vi alguém atuar com tamanha intensidade como você.
Ele sorri pegando seu caderno e livros, vindo em minha direção fazendo meu coração começar a palpitar freneticamente.
Assim que ele para em minha frente a menos de meio metro de mim, mordo o lábio inferior com mais força que o normal, e eu não entendia o por que.
— Hm, é, você faz teatro? — Pergunto, tentando mudar o rumo que meus pensamentos queriam, desejavam intensamente e insanamente.
Ele se aproxima mais um pouco antes de responder, fazendo-me morder o lábio inferior com força novamente, reconhecendo agora, para reprimir a insana vontade de me jogar em seus braços e o beijar descontroladamente.
— Sim, faço teatro desde quando tinha mais ou menos dez anos.
— Hm, legal.
Ele sorri ainda mais com a minha falta de jeito.
Ei, perai! Desde quando eu ficava sem jeito perto de garotos? Isso nunca acontece! Pelo menos não comigo! E não seria agora que isso iria acontecer.
Mas era impossível de não sentir as pernas bambas quando estava ao lado de Trish, impossível refrear a vontade insana de me jogar em seus braços e implorar para que ele me beijasse, impossível ignorar a tremedeira que se pronunciava por todo o meu corpo, afetando até a minha fala, impossível entender o porquê disso tudo, como as coisas estavam acontecendo tão rápido e eu não poder fazer nada com relação a isso.
Trish havia se aproximado ainda mais, fazendo nossos ombros se roçarem. Ele pega uma mecha ruiva de meu cabelo que estava colada em meu pescoço por causa do suor adquirido a tanta intensidade da apresentação e o colocou atrás de minha orelha, parecendo fazer passar um fluxo de eletricidade passar por nossos corpos com apenas esse simples toque.
Aimeudeus! O que estava acontecendo aqui?!
— Trish... — Seu nome passa pelos meus lábios semicerrados involuntariamente, como se meu corpo, minha mente pedisse, implorasse por ele.
Seu sorriso desaparece de seu rosto e seus olhos ganham um brilho de intenso desejo e algo mais que eu não pude identificar.
Ah, aqueles olhos, aqueles olhos tão impenetráveis, tão fundos, tão lindos, tão conhecidos... Aquela boca que parecia pedir pela minha, que parecia implorar pela minha carícia, implorar pelos meus estar colados aos seus... Aqueles lindos cabelos que pareciam gritar para eu enroscar meus dedos em seus fios castanhos claros e sentir sua textura, sua maciez... Ahhh, aquele corpo, aquele corpo que parecia um imã que me fazia querer sempre chegar mais perto, querendo senti-lo em minha pele por toda parte, querendo sempre mais e mais, como se tudo não fosse o bastante, como se tudo não saciasse a minha fome que eu tinha de Trish.
Será que ele se sentia da mesma forma que eu? Dificilmente, acredito eu.
Sabia que ele não podia ignorar a eletricidade, o desejo que existia entre nós, seus olhos não mentiam isso. Mas não acredito que ele esteja tão absorto como eu, ele não precisava de mim como eu precisava dele, ele não me desejava como eu o desejava tão insanamente.
Uma dor insuportável subiu pelo meu peito, se alojando no meu coração por pensar que talvez ele não me quisesse que talvez eu não significasse tanta coisa para ele, chegava a ser desesperador.
Meus ombros se curvam involuntariamente por causa desse pensamento, minha cabeça desvia de seus impenetráveis olhos azuis e fitam o chão incrivelmente branco da sala de literatura.
—Claire, o que... — Ele começa a falar, mas é interrompido quando meus olhos encontram os seus novamente.
Tento ignorar a eletricidade que parecia passar por nosso corpo e o olho com uma determinação duvidosa, para mim.
— O que nada Trish, eu... Eu simplesmente não posso mais fazer isso, desculpa. — Digo, e com uma relutância infinitamente grande, me afasto dele, pegando meu caderno e livro saindo da sala que de repente se tornará vazia e fria.
Sinto seus olhos fuzilando minhas costas, tentando entender o que se passava em minha mente, provavelmente não tendo sucesso.
Todos sempre me falavam que eu era complicada e difícil de entender, mas quando estava com Trish nenhuma regra a qual eu conhecesse se aplicava a mim, a nós.
Antes de sair da sala olho-o já sentindo um buraco se abrir em mim, como se fosse muito difícil ter que dizer adeus para Trish, como se fosse muito difícil ter que lhe dar as costas quando eu mais queria estar em seus braços, sentindo ele me envolver com ternura, como se eles fossem feitos sob medida para mim.
Quando meus olhos encontram aqueles dois abismos azuis, minha alma parece reconhecê-lo, se agitando dentro de mim, meu coração acelerado drasticamente, batendo rudemente contra as minhas costelas, como se ele quisesse sair do peito.
Seus olhos, tão azuis e tão perfeitos me fitavam, impenetráveis, eles pareciam vazios e frios, como se fossem duas pedras azuis lindas e cintilantes.
Desvio mais uma vez com relutância e vou para o corredor, de repente com raiva de Trish.
Ah, agora era minha culpa? Agora ele iria me ignorar e fingir que eu não existia? Penso, totalmente fora de mim. Como eu podia mudar de humor tão repentinamente por causa de uma... De um idiota qualquer?
Sim, era exatamente isso que Trish Mansen era, um tremendo de um idiota.
— Idiota, idiota e idiota. — Grito no corredor cheio, parecendo uma menininha que xingava o amigo por não ter compartilhado o pirulito. — Argh.
Ok Trish Mansen, jogarei o seu jogo, se você me ignora eu também irei te ignorar. E também ignorar todas as sensações que você me faz sentir, simples assim.
Mas eu sabia que não iria ser tão fácil assim, e bem menos fácil ignorar as sensações que acontecia comigo, como se eu não mandasse mais em meu próprio corpo.
Não importa, eu o ignorarei até ele vim falar comigo.
Ah esse orgulho...